O corpo do camponês Luiz Lopes Barros foi encontrado com características de execução em Conceição do Araguaia, cidade do sudeste do Pará, nesta semana. Luiz foi uma das lideranças da ocupação da Fazenda Forkilha, em 2007, quando o governo de Ana Júlia (PT) iniciou a operação “Paz no Campo”.
Vista como uma ação de terror pelos camponeses, a operação possibilitou o levantamento dos nomes das lideranças que até hoje são perseguidas.Uma nota de repúdio à violência do campo, assinada por diversas instituições, solicita que um advogado acompanhe o caso e que os trabalhadores tenham seus direitos efetivados.
O senador José Nery (PSOL) acredita que desde as tensões de 2007, há um conflito constante com as lideranças.
“Os líderes desse movimento no Sul do Pará, total de 17 lideranças, passaram a constar em uma lista de marcados para morrer, ou seja, marcados pelos fazendeiros. É um massacre, é inaceitável que trabalhadores sejam assassinados por lutar pelo direito a terra, à vida, do direito de produzir.”
O senador aponta que o governo do Pará tem se posicionado contra a luta dos camponeses.“A prova de que o governo tem responsabilidade é quando autoriza a ação para retirar camponeses que ocupam fazendas, muita delas frutos de grilagem. A meu ver, isso configura uma ação do governo que acaba por proteger latifundiários criminosos.”
O Pará, palco de muitos conflitos agrários, teve a região sul do estado tomada por interesses de grandes frigoríficos. A área equivale ao tamanho do estado do Rio de Janeiro e possui um dos maiores rebanhos bovinos do país.
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