Por Willian Luiz da Conceição
Resposta à cronica do advogado Marcelo Harger publicada no Jornal A Notícia no dia 8 de julho de 2009.
O Movimento denominado pelo Srº MARCELO HARGER como Movimento dos Sem-tolerância, nada mais é do que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), maior e mais bem organizado movimento social de reivindicação e da luta pela reforma agrária no mundo, reconhecido mundialmente como importante organização para o processo de democratização de nosso país, inclusive pela ONU.
O que não trata o Srº Marcelo, é que o mesmo movimento que ataca, ocupa propriedade improdutivas, que não respeita as leis trabalhistas nem as ambientais. Essas terras que não cumprem sua função social como afirma a Constituição Brasileira nos artigos 184 e 186, devem ser desapropriadas para fins da reforma agrária. Se o MST, e os trabalhadores rurais sem-terra ocupam essas terras é por que não se tem o interesses das elites econômicas e políticas como o Srº Marcelo Harger de revolver este problema social histórico.
Lembrando que falo da maior concentração fundiária do mundo, origem de toda concentração de riqueza de nosso país e base da miséria que assola nosso povo no campo e nas cidades. Sendo utilizados pelos ricos e poderosos de nosso país todos os meios e mecanismos como o Ministério Público fascista do RS para criminalização de movimentos legítimos como o MST, suas escolas de formação humana, acampamentos, assentamentos e cooperativas que vem produzindo cada vez mais alimentos, exemplo a Terra Viva de nosso Estado que muitos conhecem.
O objetivo de uma reforma agrária deve ser de recuperar a esperanças e dignidade de milhões de trabalhadores brasileiros historicamente roubados, excluídos e marginalizados. Corrigindo a produção nacional de forma mais responsável e com o intuito de alimentar um povo, que todos os nutricionistas afirmam não ter o que comer, nem saber como se deve comer, e assegurar terras, dentro de novos termos de divisão do solo, para uma sempre maior população até agora sem alimento, sem teto, sem terra e instrumentos de trabalho próprios; as margens do grande latifúndio apesar de constituir uma classe de milhões de cidadãos na mais injusta e na mais irremediável das desigualdades, à econômica.
A reforma agrária consiste na democratização da terra que a partir da invasão europeia foi grilada, cercada e manchadas de sangue de índios, negros, colonos pobres, ou seja, da maioria do povo brasileiro, hoje se encontra nas mãos das grandes multinacionais que devastam, queimam e destroem nosso país em nome de um desenvolvimento nacional irresponsável, insustentável e desigual.
O Latifúndio permanece ainda hoje sendo sinônimo de riqueza, status e fetiche de nossa burguesia brasileira controlada pelo capital financeiro internacional explorando milhões de crianças, adultos e velhos no antigo regime escravocrata e servil brasileiro onde predomina a monocultura da soja, da cana de açúcar e do pinús num processo industrial e comercial milionário que é voltado à exportação não tendo nenhum interesse com a soberania alimentar de nossa nação. A reforma agrária não será medida de Estado ou governo mais da vontade e interesse da população brasileira.
Convido-os a todos a conhecerem os assentamentos do MST na região, sua atividades de formação humana, de sua produção baseadas na agroecologia e na pluricultura, para que todos constatem que não tem monstros no campo, há não ser os que sustentam, defendem e legitimam o latifúndio assassino e desumano.
Willian Luiz da Conceição é estudante de História da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, presidente do PSOL em Joinville e colaborador do setor de relação com a sociedade do MST.
link da Cronica de Marcelo Hager no AN: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2572082.xml&template=4187.dwt&edition=12669§ion=941
link desta Resposta Publicada no dia 09/07/2009 no mesmo Jornal: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2573080.xml&template=4187.dwt&edition=12677§ion=882
Completo!
ResponderExcluirNão li ainda o artigo do tal Sr Marcelo, mas seu texto, realmente, conseguiu colocar nossos objetivos e desafios. Mostrando que somos na verdade os que foram roubados e não os que estão roubando.
Parabéns.